antes, havia um buraco. um enorme buraco escuro e vazio em meu peito.
quantas vezes cheguei a achar qe eu tinha me acostumado com a profundidade de emoções que ele havia engolido bruscamente. já havia me abituado com ele, e cheguei a me sentir confortável com a sua escuridão interminável. eu estava começando a gostar dele. de me enterrar em minhas cobertas, abraçada em uma gata de pelúcia. de olhos abertos, e coração fechado. eu me sentia bem, aninhada em meu mundinho. eu qeria ficar ali, não qeria ser acordada.
o meu buraco escuro, de bordas cortantes. o meu buraco aconchegante.
hoje, ele não tem a mesma dimensão. hoje, ele está maior. ele me puxa, cada dia mais. e eu estou cedendo. eu qero cerder. me afundar cada vez mais. a morbidez do meu buraco, me atraí.
mas os motivos que me levam a ele, não são os mesmos que me torturavam antigamente. eu desconheço os fatos. mas isso já não me importa mais. eu gosto de estar aninhada em cobertas, agarrada a uma gata de pelúcia.
e que se foda o meu passado. eu não me importo mais. eu só quero dormir.
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