Em uma sala escura, trancada, de uma casa pequena, de madeira, fria havia um coração em pedaços, jogado ao chão. Ao lado dele, havia uma menina, aninhado em seus braços, havia um urso marrom de pelúcia, que quando apertado dizia ‘eu te amo’. Ambos abraçados ao chão daquele quarto escuro e frio. A menina olhava para o coração, e uma lágrima lhe caia de seu rosto de porcelana. As lagrimas eram quentes, e escorriam vagarosamente pelo seu frágil rosto. Ela tentava afastar a franja do rosto para ver melhor o coração, mas toda vez que ela tirava o cabelo de seda dos olhos, se deparava com o coração em pedaços jogado grotescamente ao léu.
Ela não queria mais lembrar de como o coração havia sido quebrado, e nem de quem o havia jogado daquele jeito naquele chão frio. Mas o coração estava à sua frente para lhe lembrar. Ela queria pegar o coração, e o pequeno urso fofo, abrir uma janela, e joga-los o mais longe que puder aonde sua vista não os alcançasse mais. Mas ela não tinha forças para levantar do chão. Ela não queria soltar o urso de pelúcia, que dizia com uma voz infantil que a amava. Ela queria montar o coração, faze-lo voltar à vida, voltar a bater novamente, mas não tinha coragem de olhá-lo novamente.
Ela queria sair correndo, gritar, espernear, fazer as lágrimas cessarem, fazer a dor passar, arrancar de seu peito toda aquela aflição que lhe tinha tomado conta, mas não tinha forças, ela só queria ficar ali, aninhada, chorando.
Algum dia, ela vai perceber que aquele coração era de vidro. E algum dia, ela vai perceber que o nome escrito ao centro do coração, não merecia estar ali. Não merecia a lagrima quente que caia em seu rosto de porcelana.
Uma nota final: essa história não é baseada em alguma vivência minha. Eu não sou essa garota. Meu coração não está partido. Mas eu vi essa lágrima cair. E eu estou começando a acreditar que deveria ser ilegal iludir o coração de uma menina.
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