Normalmente, a angustia misturada com a solidão resultam em bons textos.
Enganam-se. A felicidade também rende bons frutos. Mas no caso desta pequena escritora, que se aproveita de todas as emoções do dia, de todas as cores, cheiros, gostos e gestos, o medo é o que tem me trazido aqui.
Sim, o medo.
medo é uma reação natural ao desconhecido, é ansiedade misturada com angustia. O medo, e seus braços enormes, que envolvem todo o ser, paralisando-o. O medo, que te faz tremer. Aquele que enche teus olhos de lágrimas, e te faz sentir como se não houvesse ninguém no final do penhasco, para juntar os restos que sobraram de ti.
O medo tem várias faces, e mais doce dele é a que me tira o sono.
O medo. Ele pode ser insandecedor, quando é elevado à paranóia.
Quando todos parecem te seguir, e todos os olhares se voltam, e você queima por dentro.
Quando você sente cheiro de sangue, por onde vai. Quando teus poros denunciam-te.
Ele põe duvidas no lugar das certezas, e transforma o amor em raiva.
Quando ele consome tua alma, e você se vê sozinha. Quando não há ninguém pra me empurrar do penhasco.
Não é real, não é real. E você acorda, como se a vida fosse o sonho, e a realidade se torna parte da tua loucura.
Mesmo sabendo que nada vai mudar, e que não há como melhorar, eu queria poder seguir em frente, e esquecer que há uma sombra na minha cama. Eu não vou me controlar, vou deixar o medo me dominar. Vou sentir o seu abraço aterrorizante, e deixa-lo me aconchegar nas suas dúvidas, tentando salvar o que resta da minha dignidade. Vou deixar ele me controlar, e jogar na minha cara todos os pecados, recusando minha vergonha. Eu não acredito mais na realidade, talvez o mundo seja feito de medo. Quando me sentir forte o suficiente, o medo vai me mostrar que ele esta impregnado nas minhas veias, consumindo meu sangue.
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