Olhei para o céu enquanto voltava para casa, o vento perambulando por ai. Quando cheguei em casa, peguei algum doce que tinha nas bombonieres, e fui para o meu quarto. Por algum milagre, (ou pela empregada) meu quarto estava arrumado, e a minha janela estava aberta.
Lá, com suas molduras de madeira, e um vidro quase que por completamente escancarado, chamando-me. Ela me olhava, com olhos acalorados. O vento que vinha da janela, me puxava com garras potentes, com um perfume de grama, logo depois que chove.
Liguei meu velho computador, e botei algumas das minhas velharias para tocar. Demorei-me um pouco sentada na cama, olhando para aquela janela. Minha velha amiga.
Me acolheu, enquanto o vento levava minhas lágrimas para longe. As flores, amenizavam o cheiro de podridão que vinha do meu coração. As músicas, vinham numa ordem sincronizada, para tentar alegrar-me.
Aquela janela, que sabe tantos dos meus segredos, que era praguejados para longe, para um lugar onde fossem, e nunca mais voltassem. A mesma janela que abrigou minhas dúvidas, minhas incertezas, minhas felicidades, e meus momentos de melancolia.
Tomei um banho demorado, deixei que a agua escorresse pelos meus olhos, para que eu me acostumassem com todo o novo que tinha batido a minha porta. Deixei a agua quente passar por todas as minhas vontades, todos os meus novos desejos. Quando terminei, vesti-me, e voltei a olhar a janela.
Já era noite, o que aumentava ainda mais o prestigio daquele lugar. Então, cedi as tentações da minha querida amiga.
Contei-lhe todas as novidades, e como a minha vida mudou, e tem mudado. Contei que hoje, sei que amo verdadeiramente, sem a hipérbole que todos imprimem quando falam de amor. Falei de minhas amigas, e da minha pequena rainha.
Então, dormi em paz aquela noite.
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