ainda guardo um pouco do inverno dentro de mim.
enquanto espero pela taça com vitríolo. seria impossível não lembrar de todas as vezes que me derreti para não saber. há diferenças entre não querer, e não poder.
poisé, eu não posso.
quando tudo se torna tão impossível, quando minha vida parece escorrer por entre as ampulhetas, vejo o sol pendurado no céu dele lá.
assim é mais fácil, a dor não penetra fundo na alma. o fracasso não conhece as faces da virtude. o pecado não vence mais um passo até a purificação. mesmo sabendo que esse é o caminho mais difícil.
o sol e seus braços enormes, vermelhos intensificados, petrificando o frio do meu coração.
eu devia fazer isso mais vezes. cada vez que o sol nasce, há mais uma chance, mais uma esperança guardada no fundo da minha caixa de pandora.
agora posso sorrir, e e beijar a dor com meus lábios vermelhos.
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