Normalmente, não me deixo levar pela minha falta de inspiração, que nos últimos dias tem sido meio frequente.
Mas, há vezes em que me obrigo a fazer pausas, e simplesmente olhar para fora. sentir este mundo idiota que sorri para todos com a malícia explicita nos lábios. Sentir o ar mais pesado a cada vez que encho meus pulmões. Comprimentar o céu acinzentado, que tenta por vezes tocar-nos com suas mãos cheias de espinhos. Ver a lua diminuir, e o sol me queimar, inundando esta sociedade fétida com todo seu brilho e esplendor.
Ouvir os reclames do vento, que perde em uma luta desigual com o resto do mundo.
Eu sinto frio, apesar de todos me chamarem de louca.
E ainda assim, eu insisto em olhar para fora, a busca de inspiração.
Eu olho, para todos os humanos, porcos hipócritas, que insistem em dizer que pedaços verde de papel é mais importante que o coração de alguém.
Humanos alienígenas, que não conseguem olhar na cara de alguém sem proferir uma mentira deveras insensível.
Humanos alienígenas, que não conseguem conviver uns com os outros.
Mas eu ainda olho para fora.
Esperando ansiosa, por algum par de olhos amorosos, e sentimentos complacentes.
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